03/11 – Dia Mundial e Nacional da Saúde Única
O Dia Mundial da Saúde Única é uma campanha internacional coordenada pela One Health Commission e pela One Health Initiative – organizações globais independentes de profissionais multidisciplinares – e celebrada anualmente, desde 2016, no dia 03 de novembro.
O objetivo fundamental da data é chamar a atenção e conscientizar as pessoas ao redor do mundo sobre a relação indissociável entre as saúdes animal, humana e ambiental de modo a construir uma mudança radical na forma como os desafios da saúde planetária são avaliados e abordados, e como os profissionais podem trocar informações entre as disciplinas, envolvendo o maior número possível de indivíduos de tantas arenas quanto possível em eventos de educação e conscientização para gerar uma gama inspiradora de projetos em todo o globo.
O tema ganhou maior projeção após a pandemia de Covid-19, principalmente pela quase certa origem zoonótica do vírus Sars-Cov-2. Hoje, segundo dados da Organização Mundial da Saúde Animal, corroborados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 75% das doenças infecciosas emergentes que afetam humanos tiveram origem animal. Alguns exemplos são o ebola, a febre amarela, a raiva e a gripe aviária. Além disso, 80% dos agentes que apresentam potencial para serem usados como armas de bioterrorismo são patógenos zoonóticos.
No Brasil, os ministérios da Saúde, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente, diretamente ou por meio de secretarias e autarquias subordinadas, vêm criando normas e orientações voltadas à aplicação prática da saúde única. O envolvimento de múltiplos atores é fundamental para o desenvolvimento de estratégias inovadoras, a incorporação de tecnologias e a inovação para vigilância e controle de doenças.
“A abordagem de ‘uma só saúde’ vai além das doenças zoonóticas emergentes. Enraizada na compreensão da interdependência dos sistemas feita pelos seres humanos e naturais, coloca em evidência questões globais, como contaminação ambiental, perda de diversidade, degradação da função ecossistêmica e resistência antimicrobiana”, escreveu a Comissão Nacional de Saúde Pública do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
Uma Só Saúde ou Saúde Única tem como premissas a transdisciplinaridade e a multissetorialidade. Assim, todas as atuações profissionais e todos os setores (públicos e privados) que possuem relação – direta ou indireta – com a saúde humana, animal, vegetal e/ou ambiental, podem se inserir nessa abordagem, seja no nível local, regional, nacional ou global.
Ao atuar na implementação de respostas conjuntas aos problemas de saúde, a abordagem de Uma Só Saúde possibilita realizar e aprimorar ações integradas que contribuam coletivamente para:
– Vigilância, prevenção e controle de zoonoses e doenças tropicais negligenciadas e doenças transmitidas por vetores;
– Qualificação da prevenção, preparação e resposta frente a epidemias e pandemias;
– Promoção da segurança alimentar e transformação dos sistemas agroalimentares;
– Combate à resistência aos antimicrobianos;
– Controle de contaminantes químicos, biológicos e físicos;
– Proteção da biodiversidade e melhoria do gerenciamento dos ecossistemas;
– Enfrentamento e adaptação às mudanças climáticas;
– Conscientização sobre as relações entre saúde humana, animal, vegetal e ambiental.
Seguindo o movimento mundial, o Brasil instituiu, por meio da Lei nº 14.792, de 2024, o Dia Nacional da Saúde Única (sinônimo de Uma Só Saúde), a ser celebrado, anualmente, no dia 3 de novembro, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a relação intrínseca e inseparável das saúdes animal, humana e ambiental.
Fontes:
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Roraima
Ministério da Saúde
One Health Comission