08/4 – Dia Nacional do Sistema Braille


 

A data comemorativa foi criada em homenagem ao dia de nascimento do primeiro professor cego do Brasil, José Álvares de Azevedo, que trouxe da França, ensinou e divulgou o sistema Braille pelo país, ainda na época do Império.

A celebração, instituída pela Lei nº 12.266/2010, tem o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a importância de políticas públicas inclusivas para pessoas com deficiência visual, principalmente, no âmbito escolar. Também é uma boa oportunidade para refletir a respeito de mecanismos que contribuam para a integração dessas pessoas na sociedade e a sua inserção no mercado de trabalho.

 

O Braille é um sistema de escrita e leitura tátil baseado em códigos em relevo, com os quais se pode representar as letras do alfabeto, algarismos, símbolos, etc., compostos por seis pontos que compõem um total de 63 combinações diferentes.

Em 1821, Louis Braille conheceu Charles Barbier de La Serre, oficial francês que desenvolveu um sistema de comunicação que usava pontos e traços e era conhecido como “escrita noturna”. O sistema não vingou no exército francês porque os soldados o achavam muito complexo, já que utilizava uma grande quantidade de sinais e tinha uma decifração muito lenta.

Braille dedicou os três anos seguintes de sua vida a estudar o modelo de Barbier e, em 1824, quando tinha 15 anos, apresentou um método alternativo, reformulado e baseado nas letras do alfabeto francês e nos números.

Louis Braille faleceu em 1852, vítima de tuberculose, quando tinha 43 anos. Seu método só foi oficializado dois anos depois e, a partir de 1854, popularizou-se e tornou-se a técnica mais utilizada na alfabetização dos cegos na França. O sistema começou a ganhar o mundo quando foi apresentado na Exposição Internacional, que aconteceu em Paris, no ano de 1855.

 

No Brasil, foi oficialmente introduzido em 1854, como resultado do esforço de José Álvares de Azevedo para que fosse criada uma instituição que oferecesse educação para jovens cegos. José Álvares de Azevedo era cego e aprendeu o Braille na França, local ao qual foi enviado por sua família ainda na adolescência.

Em 1850, conseguiu uma audiência com o imperador D. Pedro II e dele obteve autorização para fundar uma escola para a educação de cegos. Em 1854, foi fundado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamin Constant). Porém. na ocasião, o jovem José Álvares de Azevedo, primeiro professor cego do país, já havia falecido, vítima de tuberculose.

O sistema introduzido no Brasil por essa instituição, é até hoje utilizado no país, embora tenha passado por algumas atualizações para adaptá-lo à realidade da língua portuguesa. Proporciona acessibilidade e independência às pessoas com deficiência visual, viabilizando o exercício de direitos como educação, trabalho, lazer e de atividades que fazem parte da rotina de todas as pessoas.

 

Fontes:

Agência Brasil
Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos – ANDEF
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios – TJDFT
Unidade Interdisciplinar de Políticas Inclusivas – Universidade Federal de Viçosa

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