10/11 – Dia Mundial do Ceratocone 2025


 

O Dia Mundial do Ceratocone, celebrado anualmente em 10 de novembro, foi estabelecido em 2016 pela National Keratoconus Foundation (NKCF), nos EUA, com o objetivo de aumentar a conscientização, educar e apoiar as pessoas que vivem com a condição e suas famílias. Esta campanha global é uma oportunidade de disseminar conhecimento e esperança!

 

Ver o mundo através de lentes que tornam tudo embaçado, nebuloso e distorcido é o que muitas pessoas com ceratocone vivenciam todos os dias.

O problema afeta aproximadamente de 50 a 200 indivíduos a cada 100.000 na população geral. É encontrado em todo o mundo e em todos os grupos étnicos.

No Brasil, cerca de 150 mil pessoas por ano são acometidas, o que enfatiza a importância da consulta periódica com um médico oftalmologista, sobretudo se existirem casos de ceratocone na família, pois o diagnóstico precoce é fundamental para controlar a progressão da doença e preservar a acuidade visual.

Mas lutar contra o ceratocone é difícil. Por tratar-se de uma doença incomum, há muito pouca pesquisa e, portanto, menos opções de tratamento. Em alguns países, até mesmo obter um diagnóstico correto pode ser difícil.

 

Esta condição degenerativa do olho faz com que a córnea, normalmente redonda e em forma de cúpula, torne-se progressivamente mais fina, provocando o desenvolvimento de uma protuberância em forma de cone no local mais fino da córnea – geralmente no centro. Se não for tratada, pode causar deficiência visual significativa e cegueira.

A alteração em forma de cone curva os raios de luz e afeta a visão levando a impactos importantes nas atividades diárias, no bem-estar emocional e nas interações sociais das pessoas acometidas.

A doença costuma manifestar-se entre os 10 e os 25 anos de idade, mas pode progredir até a quarta década de vida ou estabilizar-se com o tempo. Pode, ainda, atingir os dois olhos de maneira assimétrica, ou seja, afetar mais um olho do que o outro.

Não se conhece sua causa exata, mas, possivelmente, as alterações na superfície da córnea sejam resultado de inúmeros fatores que contribuem para a perda de elementos estruturais dessa membrana e vão desde o decréscimo no aporte de colágeno até o ato de esfregar ou coçar os olhos com frequência. Por isso, o risco de desenvolver ceratocone é maior nos pacientes alérgicos, que sentem muita coceira nos olhos. Também pode estar presente em pessoas com Síndrome de Down ou com alterações oculares congênitas, como a catarata e a esclerótica azul (parte branca do olho), por exemplo.

 

Sintomas:

Há casos de pessoas com história de ceratocone na família que apresentam um quadro sem sintomas, porém, quando aparecem, variam de acordo com a fase da doença.

O sinal mais característico é a perda progressiva da visão, que se torna borrada e distorcida (tanto para longe quanto para perto) e obriga a aumentar com frequência o grau das lentes dos óculos até que a solução seja substituí-los por lentes de contato, que podem ser de diferentes tipos.

Outros sintomas incluem:

– Sensibilidade à luz (fotofobia);
– Comprometimento da visão noturna;
– Visão dupla (diplopia);
– Formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia) ou de halos ao redor das fontes de luz.

 

Tratamento:

Nas fases iniciais, quando a deformação da córnea não é grave, o uso de óculos é suficiente para recuperar a acuidade visual. No entanto, à medida em que o ceratocone evolui, os óculos precisam ser substituídos por lentes de contato que ajudam a ajustar a superfície anterior da córnea e a corrigir o astigmatismo irregular provocado pela deformidade.

Outras opções de tratamento, são os anéis intracorneais ou intraestromais, chamados anéis de Ferrara, utilizados para regularizar a curvatura da córnea, quando os óculos e as lentes de contato não produzem mais o efeito desejado.

Há, ainda, um procedimento chamado ‘crosslinking’ que tem por objetivo fortalecer as moléculas de colágeno da córnea para evitar que ela continue se abaulando. A técnica consiste em raspar a superfície da córnea para depois aplicar um colírio à base de vitamina B2 (riboflavina) e, em seguida, um feixe de luz ultravioleta.

Embora o ceratocone seja uma causa frequente de transplante de córnea, só há esta indicação para um número pequeno de casos mais graves em que os pacientes deixam de responder bem às outras formas de tratamento.

 

Prevenção:

Por ser uma doença de caráter genético e hereditário não se conhecem maneiras de prevenir o seu aparecimento. Porém, é possível controlar sua evolução nas pessoas geneticamente predispostas, corrigindo o hábito de coçar os olhos, tratando a rinite alérgica, as alergias dermatológicas e a asma, por exemplo, que podem causar a coceira. É importante, também, avaliar as condições de adaptação e higiene das lentes de contato, se for o caso.

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Keratoconus Group
Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica
Village Eyecare

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