16/11 – Dia Nacional dos Ostomizados

O Dia Nacional dos Ostomizados, celebrado anualmente em 16 de novembro, foi instituído pela Lei nº 11.506/2007 com o objetivo de combater o preconceito e a desinformação relacionados à ostomia – um procedimento cirúrgico que consiste em abrir um órgão ou víscera para o meio externo, em casos de má formação, doenças inflamatórias ou tumores que os acometam. A data escolhida homenageia a fundação da Associação Brasileira dos Ostomizados (Abraso).
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil conta com mais de 400 mil pessoas ostomizadas. O Sistema Único de Saúde (SUS) realiza, em média, 13 mil procedimentos ambulatoriais por mês, seja de acompanhamento ou de fornecimento de materiais. Além disso, o SUS também é responsável pela distribuição dos equipamentos coletores e de segurança nos centros, que orientam quanto ao manuseio das bolsas de ostomia, fixadas na abertura da cirurgia e fundamentais para a autonomia dos pacientes.
No País, pessoas com estomia são consideradas pessoas com deficiência (Lei 13.146/2015) e com direito aos materiais necessários para os cuidados com a sua condição.
Estoma ou ostoma é uma palavra de origem grega que significa “abertura”, “boca” ou “orifício”. Os termos mais utilizados pelos especialistas são estoma ou estomia. A estomia refere-se à abertura de um órgão ou víscera oca para o meio externo e realizada por meio de intervenções cirúrgicas. Pode ser temporária (após um tempo pré-determinado é fechada por meio de nova cirurgia) ou definitiva – a pessoa conviverá com ela durante sua vida.
Tipos e função das estomias:
A designação do tipo de estomia é definida pelo tipo de órgão ou víscera que será exposto: colostomia (cólon), ileostomia (íleo), gastrostomia (estômago), nefrostomia (rim), ureterostomia (ureter), vesicostomia (bexiga), cistostomia (bexiga com uso de cateter) ou traqueostomia (traqueia), entre outras.
Da mesma forma, a função varia de acordo com o órgão ou víscera exposta, podendo ser para eliminação (intestinais e urinárias), respiração (traqueostomia) ou alimentação (gastrostomia), por exemplo.
Várias condições de saúde exigem uma cirurgia para a realização de estomia, tais como, doenças crônico-degenerativas, entre elas o câncer, Doença de Chagas, doenças inflamatórias (Retocolite Ulcerativa Inespecífica e Doença de Crohn), malformações congênitas (ânus imperfurado, mielomeningocele), traumas abdominoperineais (ferimento por armas de fogo ou brancas, acidente automobilístico e outros), doenças neurológicas e outras, podendo ser necessária em diferentes faixas etárias, desde neonatos até idosos.
Apesar de ser um procedimento que proporciona uma nova oportunidade de viver com mais qualidade, o processo de adaptação inicial pode ser difícil, pois a realização do estoma é um acontecimento traumático, uma vez que acarreta mudanças que repercutirão em todos os níveis da vida da pessoa, tais como: necessidade de realização do autocuidado com o estoma, aquisição de material apropriado para a contenção das fezes ou urina, adequação alimentar, convivência com a perda do controle da continência intestinal ou vesical, eliminação dos odores, alteração da imagem corporal, alterações nas atividades sociais, sexuais e, inclusive, nas cotidianas.
Para cuidar da estomia os pacientes devem receber informações desde o pré-operatório e ao sair do hospital já devem estar seguros para o autocuidado.
É essencial, ainda, que saibam sobre seus direitos, onde encontrar polos de assistência e profissionais especializados que possam colaborar com quaisquer necessidades, pois precisam de diferentes equipamentos coletores e adjuntos para o seu processo de reabilitação, que variam conforme a faixa etária, o tipo de estoma, as características individuais relacionadas ao tipo de pele e à constituição física, as características do estoma e a presença de complicações.
As políticas públicas de atenção às pessoas com estomas no SUS visam garantir o atendimento de algumas necessidades básicas para a convivência com o estoma e delineiam que é preciso um novo modelo de atenção às pessoas ostomizadas no país, pautado em atendimento interdisciplinar precoce, de caráter preventivo, individualizado e sistematizado, visando à reabilitação e à melhoria da qualidade de vida desses pacientes.
É importante haver uma abordagem para as preocupações psicossociais, atentando-se aos pensamentos negativos, incentivando as interações sociais e a socialização de pessoas com estomia. Desde que as recomendações dos profissionais de saúde sejam seguidas a pessoa pode viajar, dançar, namorar, tomar banho de mar e piscina, praticar atividade física e seguir com a rotina.
Fontes:
A.C. Camargo Câncer Center
Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST)
Conselho Federal de Enfermagem
