17/11 – Dia Nacional de Combate à Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa transmitida pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, em homenagem ao Dr. Robert Koch, seu descobridor.
Afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas, tais como: rins, ossos, intestinos e cérebro. A forma extrapulmonar ocorre com mais frequência em pessoas vivendo com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico. A forma pulmonar, além de ser mais frequente, é a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão do M. tuberculosis.
Apesar de ser uma enfermidade antiga – existem evidências de que a tuberculose existe desde os tempos pré-históricos. A doença já foi encontrada em esqueletos de múmias do antigo Egito (3000 A.C) e, mais recentemente, numa múmia pré-colombiana no Peru – a doença continua sendo um importante problema de saúde pública.
No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose. A doença é responsável por mais de um milhão de óbitos anuais. No Brasil, são notificados aproximadamente 80 mil casos novos e ocorrem cerca de 5,5 mil mortes em decorrência da tuberculose, anualmente.
Transmissão:
A transmissão é direta, de pessoa a pessoa e, portanto, as aglomerações são um importante fator de contágio.
Ao falar, espirrar ou tossir, o doente expele partículas de saliva contendo o agente infeccioso, contaminando o ambiente, pois essas gotículas conseguem manter-se em suspensão no ar por muitas horas. Ao serem aspiradas por outro indivíduo, são capazes de alcançar os pulmões e se multiplicar, estabelecendo a contaminação.
Fatores que comprometam a imunidade do organismo, como má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo, uso de drogas ilícitas, favorecem a infecção.
A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e talheres dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel importante na transmissão da doença.
É preciso, também, verificar se a pessoa esteve em contato com alguém que teve tuberculose.
Sintomas mais comuns:
– Tosse persistente, seca ou produtiva, por mais de três semanas, acompanhada ou não de febre baixa, geralmente no final do dia;
– Suor noturno;
– Falta de apetite;
– Perda de peso;
– Cansaço ou dor no peito;
– Febre vespertina.
Tratamento:
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente os medicamentos preconizados para tratar a tuberculose. A terapia tem duração de seis meses, no mínimo, e o paciente precisa tomá-las todos os dias, sem nenhuma interrupção, mesmo que os sintomas tenham desaparecido. É recomendado que o tratamento seja realizado, preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO), que é a supervisão direta da tomada dos medicamentos por um profissional de saúde.
IMPORTANTE: Com o início do tratamento adequado e regular, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias os pacientes não transmitem mais a doença, no entanto, é fundamental que não seja interrompido, pois somente os profissionais de saúde que acompanham o indivíduo podem confirmar sua cura, por meio de exames, e indicar a continuidade ou não do tratamento.
Prevenção:
A melhor forma de evitar a transmissão da doença é realizar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Além disso, outras medidas são recomendadas, como:
– Imunização com a vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin), ofertada nas salas de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). Deve ser ministrada às crianças ao nascer ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias e protege contra as formas mais graves da doença;
– Tratamento da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis, para prevenir novos casos de tuberculose;
– Medidas gerais, como proteger a boca com o antebraço ou lenço ao tossir e espirrar e evitar aglomerações;
– Medidas ambientais, como iluminação natural direta e ventilação adequada de ambientes públicos, de moradia e trabalho. Os bacilos de Koch são sensíveis à luz solar e a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes. Por essa razão, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão.
No âmbito do Ministério da Saúde (MS), as metas do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública estão alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (meta 3.3 acabar com as epidemias de aids, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, até 2030) e com a Estratégia Global pelo Fim da Tuberculose da Organização Mundial da Saúde.
O Brasil pretende reduzir o coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes, limitar o número de óbitos pela doença para menos de 230 ao ano e zerar o número de pessoas sofrendo custos catastróficos em decorrência da tuberculose.
Documento relacionado: “Série histórica da incidência e mortalidade por tuberculose. Brasil, Regiões e Unidades da Federação de residência, por ano de diagnóstico (1990 a 2024)”, atualizada pelo MS em 29/10/2024.
O Dia Nacional de Combate à Tuberculose, comemorado em 17 de novembro, tem como objetivo destacar a importância da doença no calendário de saúde nacional, alertando sobre sua prevenção, sintomas e tratamento.
Fontes:
Ministério da Saúde
Rádio Senado
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais