18/11 – Dia Nacional de Combate à Dengue
O Dia Nacional de Combate à Dengue, comemorado no penúltimo sábado de novembro, ocorre amanhã, dia 18. A campanha, que foi instituída pela Lei nº 12.235/2010, tem como objetivo mobilizar iniciativas do Poder Público e a participação da população para a realização de ações destinadas a combater o vetor da doença.
Em 2023, até o final de abril, houve aumento de 30% no número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2022 em todo o Brasil. As ocorrências passaram de 690,8 mil casos, no ano passado, para 899,5 mil neste ano, com 333 óbitos confirmados.
Fatores como a variação climática e o aumento das chuvas no período em todo o país, o grande número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo do vírus são fatores que podem ter contribuído para esse crescimento. Os estados com maior incidência de dengue são: Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre e Rondônia.
Dengue é uma doença febril grave causada por um vírus transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito diurno que se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas. Existem quatro tipos diferentes desse vírus: os sorotipos 1, 2, 3 e 4. Todos podem causar as diferentes formas da doença.
Transmissão:
Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea do mosquito pode transmiti-lo para outras pessoas. Há registro, também, de transmissão por transfusão sanguínea.
Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além do fato de que a gestante está mais suscetível a desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém, em populações vulneráveis como crianças ou idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar a quadros graves ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa.
A grande maioria das infecções é assintomática. Quando surgem, os sintomas costumam evoluir em três formas clínicas:
– Dengue, forma benigna, similar à gripe;
– Dengue com sinais de alarme, mais grave, caracterizada por alterações da coagulação sanguínea;
– Dengue grave, forma raríssima, mas que pode levar à morte, se não houver atendimento rápido e especializado.
Sintomas da dengue clássica:
Nos adultos, a primeira manifestação é a febre alta (39ºC a 40ºC), de início repentino, associada a:
– Dor de cabeça;
– Prostração;
– Dores musculares, nas juntas e atrás dos olhos;
– Vermelhidão e coceira no corpo;
– Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia não volumosa podem estar presentes, mas são menos frequentes.
Sintomas da dengue com sinais de alarme:
As manifestações iniciais da dengue com sinais de alarme – as mesmas da fase febril da doença – devem ser rotineiramente pesquisadas e valorizadas. Entretanto, depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder, aparecem:
– Sinais de hemorragia, como sangramento nasal, gengival e vaginal;
– Rompimento dos vasos superficiais da pele (petéquias e hematomas).
A maioria dos sinais de alarme é resultante do aumento da permeabilidade vascular, a qual marca o início do deterioramento clínico do paciente e sua possível evolução para o choque por extravasamento de plasma. Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.
Sintomas da dengue grave:
O potencial de risco é evidenciado por uma das seguintes complicações:
– Alterações neurológicas (delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia);
– Sintomas cardiorrespiratórios;
– Insuficiência hepática;
– Hemorragia digestiva;
– Derrame pleural.
As manifestações neurológicas, geralmente, surgem no final do período febril ou na convalescença.
As formas graves da doença podem manifestar-se com extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos com desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica como o coração, os pulmões, os rins, o fígado e o sistema nervoso central (SNC).
O choque é de rápida instalação e tem curta duração. Podendo levar o paciente a óbito em um intervalo de 12 a 24 horas ou à sua recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada.
Tratamento:
Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue. Tomar muito líquido para evitar desidratação e utilizar medicamentos para baixar a febre e analgésicos são as medidas de rotina para aliviar os sintomas.
Importante: Pacientes com dengue, ou com suspeita da doença, precisam de assistência médica. Sob nenhum pretexto, devem recorrer à automedicação, pois jamais podem usar antitérmicos que contenham ácido acetilsalicílico nem anti-inflamatórios que interferem no processo de coagulação do sangue.
Recomendações para evitar complicações da dengue:
– Dengue é uma doença que pode evoluir rapidamente da fase febril para quadros de maior gravidade;
– A pessoa só desenvolve imunidade para o tipo de vírus que contraiu e pode infectar-se com outro sorotipo, o que aumenta o risco de doença na sua forma hemorrágica;
– A identificação precoce dos casos de dengue é de importância fundamental para o controle das epidemias.
Prevenção:
Embora existam estudos avançados para vacinas contra a dengue, atualmente nenhuma vacina mostrou-se viável para a prevenção da doença. Portanto, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika), seja pelo manejo integrado de vetores ou pela prevenção pessoal dentro dos domicílios.
Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas/capas/tampas, impedindo a postura de ovos do mosquito Aedes aegypti.
Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti pica principalmente durante o dia.
Fontes:
Agência Brasil
Dr. Dráuzio Varella
Governo do Estado do Espírito Santo
Ministério da Saúde
Ministério da Saúde 2