“Acelerar a luta contra a malária para um mundo mais equitativo” : 25/4 – Dia Mundial da Malária


 

O Dia Mundial da Malária foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2007 com a finalidade de reconhecer o esforço global para o controle efetivo da doença.

O tema da campanha de 2024: “Acelerar a luta contra a malária para um mundo mais equitativo” chama a atenção para o fato de que nos últimos anos o progresso na redução da enfermidade estagnou. Ela não só continua a pôr diretamente em perigo a saúde e a custar vidas, como também perpetua um ciclo vicioso de desigualdade – pessoas que vivem nas situações mais vulneráveis, incluindo mulheres grávidas, bebês, crianças com menos de 5 anos de idade, refugiados, migrantes, pessoas deslocadas internamente e povos indígenas, continuam a ser desproporcionalmente afetadas.

Para acabar com a malária é necessário extinguir as barreiras à equidade na saúde, à igualdade de gênero e aos direitos humanos em todo o mundo, bem como adotar medidas concretas para ultrapassá-las.

O World Malaria Report 2023 traz uma avaliação abrangente e atualizada das tendências no controle e na eliminação da doença em todo o mundo.

O Relatório investiga a ligação entre as alterações climáticas e a malária, pois mudanças na temperatura, umidade e precipitação podem influenciar o comportamento e a sobrevivência do mosquito Anopheles, transmissor da malária. Eventos climáticos extremos, como ondas de calor e inundações, também podem impactar diretamente a transmissão e o fardo das doenças. As enchentes catastróficas no Paquistão em 2022, por exemplo, levaram a um aumento de cinco vezes nos casos de malária no país.

De acordo com a OMS, em 2022 a doença provocou 608.000 mortes e 249 milhões de novos casos, sendo 94% deles na Região Africana da Organização.

 

A malária, também conhecida como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre, é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como carapanã, muriçoca, sovela, mosquito-prego e bicuda.

Estes mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno.

Não há transmissão direta da doença de pessoa para pessoa. Outras formas de transmissão podem ocorrer em casos mais raros, por: transfusão sanguínea, uso de seringas contaminadas, acidentes de laboratório e congênita.

No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentram na região amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Na região extra-amazônica, composta pelas demais unidades federativas, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois a letalidade nesta região é maior que na região amazônica.

Em 2021, de acordo com dados preliminares, foram registrados 58 óbitos por malária no país, representando 13,7% de aumento em comparação a 2020. A letalidade por malária na região amazônica é baixa (0,04%) enquanto no restante do país chegou a ser 23,25 vezes maior em 2021 (dados preliminares). O óbito nestas áreas ocorre, na maior parte, em pessoas que vêm infectadas de outros países ou de estados da região amazônica e não recebem o diagnóstico e o tratamento oportunos e adequados devido à dificuldade na suspeição de uma doença relativamente rara nestas áreas e a desinformação dos viajantes a respeito dos seus riscos.

Os sintomas mais comuns são:

– Febre alta;
– Calafrios;
– Tremores;
– Sudorese;
– Dores de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica.

Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.

A malária grave caracteriza-se por um ou mais desses sinais e sintomas:

– Prostração;
– Alteração da consciência;
– Dispneia ou hiperventilação;
– Convulsões;
– Hipotensão arterial ou choque;
– Hemorragias; entre outros.

A doença tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, pode evoluir para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada.

Prevenção:

Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de repelentes.

Medidas de prevenção coletiva: drenagem, obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoria da moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.

 

Em alusão ao Dia Mundial da Malária, a Academia Nacional de Medicina (ANM) promove um Simpósio Comemorativo no dia 25 de abril.

Mais informações e inscrições estão disponíveis na página da ANM.

 

Fontes:

Agência Fiocruz de Notícias
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde

 

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