“Diabetes no local de trabalho” : 14/11 – Dia Mundial do Diabetes 2025


 

O Dia Mundial do Diabetes é comemorado anualmente em 14 de novembro, data de nascimento de Sir Frederick Banting, co-descobridor da insulina, em 1921.

 

O tema do biênio 2024-2025 é ‘Diabetes e bem-estar’ e o foco deste ano é para a diabetes no ambiente de trabalho, destacando os desafios enfrentados por pessoas que vivem com a doença e por aquelas que estão em risco no ambiente de trabalho.

Globalmente, 7 em cada 10 adultos (412 milhões de pessoas) que vivem com diabetes estão em idade ativa. Para milhões de trabalhadores, a condição é uma realidade diária, mas no ambiente de trabalho, muitas vezes pode se tornar uma fonte de estresse, estigma e medo.

Apesar da crescente conscientização sobre o bem-estar dos funcionários, muitas pessoas com diabetes ainda têm dificuldades para conciliar sua saúde com as expectativas do trabalho, o que as leva a esconder ou não falar abertamente sobre sua condição. Essa luta constante não só afeta o bem-estar mental, como também limita o crescimento profissional.

 

Como parte das comemorações do Dia Mundial, que enfatizam o diabetes e o bem-estar, a International Diabetes Federation (IDF), promotora da campanha, defende este ano ambientes de trabalho mais inclusivos e acolhedores, onde as pessoas com diabetes se sintam apoiadas e não estigmatizadas.

Chegou a hora de eliminar ideias erradas, educar os empregadores e promover ambientes onde os funcionários com diabetes possam controlar sua condição sem medo.

Ao aumentar a conscientização e a compreensão, é possível garantir ambientes de trabalho onde as pessoas que vivem com diabetes se sintam seguras, valorizadas e capacitadas para prosperar, sem comprometer sua saúde ou ambições.

 

Indicadores:

– 589 Milhões de adultos vivem com diabetes em todo o mundo.  7 em cada 10 estão em idade ativa.
– Três em cada quatro pessoas com diabetes vivem em países de baixa e média renda.
– Quase metade dos adultos que vivem com diabetes não têm diagnóstico.
– Três em cada quatro pessoas com diabetes entrevistadas pela IDF relataram ter sofrido de ansiedade, depressão ou outro problema de saúde mental devido à doença.
– Quatro em cada cinco pessoas com diabetes entrevistadas pela IDF já sofreram de burnout relacionado ao diabetes.

 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a condição, o que representa 6,9% da população nacional.

 

Diabetes mellitus, diabetes ou diabete é uma doença causada pela produção insuficiente ou por má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo.

A insulina é produzida no pâncreas e tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para a manutenção das células do corpo.

O aumento da glicemia provocado pela doença pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.

 

O diabetes mellitus pode se apresentar de diversas formas e possui diversos tipos diferentes. Independentemente do tipo, com o aparecimento de qualquer sintoma é fundamental que o paciente procure um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento.

 

Tipo 1:

Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença crônica não transmissível, hereditária, caracterizada pela destruição das células do pâncreas (beta-pancreáticas) responsáveis pela produção e secreção de insulina, o que resulta em uma deficiência na secreção deste hormônio no organismo.

O pico de incidência do DM1 ocorre em crianças e adolescentes, entre 10 e 14 anos, e, menos comumente, em adultos de qualquer idade, embora o diagnóstico em pessoas adultas também seja recorrente. No Brasil, estima-se que ocorram 25,6 casos por 100.000 habitantes a cada ano, sendo considerada uma incidência elevada.

 

O tratamento exige o uso diário de insulina para regular os níveis de glicose no sangue, evitando assim complicações da doença.

 

Tipo 2:

O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. Sua causa está diretamente relacionada a fatores como:

– Sobrepeso;
– Sedentarismo;
– Triglicerídeos elevados;
– Hipertensão;
– Hábitos alimentares inadequados.

Por isso, é essencial manter acompanhamento médico para tratar, também, dessas outras doenças, que podem aparecer junto com o diabetes. Cerca de 90% dos pacientes diabéticos no país têm esse tipo.

 

Pré-diabetes:

Ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar um Diabetes Tipo 1 ou Tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios.

Esse aviso é importante por ser a única etapa do diabetes que ainda pode ser revertida, prevenindo sua evolução e o aparecimento de complicações, incluindo o infarto. No entanto, 50% dos pacientes que têm o diagnóstico de pré-diabetes, mesmo com as devidas orientações médicas, desenvolvem a doença. A mudança de hábito alimentar e a prática de exercícios são os principais fatores de sucesso para o controle.

 

Diabetes gestacional:

É que ocorre temporariamente durante a gravidez. As taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas ainda abaixo do valor para ser classificada como diabetes tipo 2.

Toda gestante deve fazer o exame de diabetes, regularmente, durante o pré-natal. Mulheres com a doença têm maior risco de complicações durante a gravidez e o parto.

Esse tipo de diabetes afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e implica risco aumentado do desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe e o bebê.

 

Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA):

É uma condição que acomete os adultos e caracteriza-se pela destruição de células do pâncreas devido ao desenvolvimento de um processo autoimune do organismo.

 

Causas de diabetes:

Além de causas genéticas e ausência de hábitos saudáveis, existem outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da doença:

– Diagnóstico de pré-diabetes.
– Pressão alta.
– Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes.
– Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue.
– Doenças renais crônicas.
– Diabetes gestacional.
– Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg.
– Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura.
– Síndrome de ovários policísticos.
– Apneia do sono.
– Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.
– Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos, como: esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar.

 

Sintomas do Tipo 1:

– Fome frequente;
– Sede constante;
– Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
– Perda de peso;
– Fraqueza;
– Fadiga;
– Mudanças de humor;
– Náusea e vômito.

Sintomas do Tipo 2:

– Fome frequente;
– Sede constante;
– Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
– Formigamento nos pés e mãos;
– Infecções frequentes na bexiga, rins, pele;
– Demora na cicatrização de feridas;
– Visão embaçada.

 

Complicações do diabetes:

– Neuropatia Diabética: Os nervos periféricos carregam as informações que saem do cérebro e as que chegam até ele, além de sinais da medula espinhal para o resto do corpo. Os danos a esses nervos, condição chamada de neuropatia periférica, fazem com que esse mecanismo não funcione bem. A neuropatia pode afetar um único nervo, um grupo de nervos ou nervos no corpo inteiro. O diabetes é a causa mais comum dessa condição.

– Problemas arteriais e amputações: Muitas pessoas com diabetes têm doença arterial periférica que reduz o fluxo de sangue para os pés. Além disso, pode haver redução de sensibilidade devido aos danos que a falta de controle da glicose causa aos nervos. Essas duas condições fazem com que seja mais fácil sofrer com úlceras e infecções, que podem levar à amputação.

Doença renal: Altos níveis de açúcar fazem com que os rins filtrem muito sangue, sobrecarregando os órgãos e fazendo com moléculas de proteína acabem sendo perdidas na urina. Com o tempo, o estresse da sobrecarga faz com que os rins percam a capacidade de filtragem. Os resíduos começam a acumular-se no sangue e, finalmente, os rins falham. Uma pessoa com doença renal terminal vai precisar de um transplante ou de sessões regulares de hemodiálise.

Obs.: Nem todas as pessoas que têm diabetes desenvolvem a doença renal. Fatores genéticos, baixo controle da taxa glicêmica e da pressão arterial favorecem o aparecimento da complicação.

– Pé Diabético: São feridas que podem ocorrer nos pés das pessoas com diabetes e têm difícil cicatrização devido aos níveis elevados de açúcar no sangue e/ou circulação sanguínea deficiente. É uma das complicações mais comuns do diabetes mal controlado e responsável por amputações de membros inferiores.

Glaucoma: Pessoas com diabetes têm 40% mais chance de desenvolver glaucoma – pressão elevada nos olhos que pode causar a perda gradual da visão.

Catarata: Pessoas com diabetes têm 60% mais chance de desenvolver a catarata, que acontece quando a lente clara do olho, o cristalino, fica opaca, bloqueando a luz.

Retinopatia diabética: Termo genérico que designa todas os problemas de retina causados pelo diabetes.

Pele mais sensível: Quem tem diabetes tem mais chance de ter pele seca, coceira e infecções por fungos e/ou bactérias, uma vez que a hiperglicemia favorece a desidratação – a glicose em excesso rouba água do corpo.

– Alteração de humor, ansiedade e depressão.

– Problemas sexuais.

 

Tratamento:

Os pacientes que apresentam diabetes do Tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores considerados normais. Além da insulina, podem ser necessários medicamentos via oral de acordo com cada caso.

Para os pacientes que apresentam diabetes Tipo 2, o tratamento consiste em identificar o grau de necessidade de cada um e indicar, conforme cada caso, os medicamentos/técnicas:

– Inibidores da alfaglicosidase: Impedem a digestão e absorção de carboidratos no intestino;
– Sulfonilureias: Estimulam a produção pancreática de insulina pelas células;
– Glinidas: Agem também estimulando a produção de insulina pelo pâncreas.

 

Prevenção:

A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Comportamentos saudáveis evitam não apenas o diabetes, mas outras doenças crônicas, como o câncer.

 

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta, já na atenção primária, atenção integral e gratuita ao diabetes, desenvolvendo ações de prevenção, detecção, controle e tratamento medicamentoso, inclusive com insulinas. Para monitoramento do índice glicêmico, também estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde, reagentes e seringas. O Programa Farmácia Popular, parceria do Ministério da Saúde com mais de 34 mil farmácias privadas em todo o país, também distribui medicamentos gratuitos.

 

Fontes:

Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD)
International Diabetes Federation (IDF)
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Diabetes

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