21/11 – Dia Nacional da Homeopatia 2025


 

O Dia Nacional da Homeopatia é comemorado em homenagem à data de chegada ao Brasil do homeopata francês Benoit Jules Mure, ocorrida em 21 de novembro de 1840, responsável pela introdução do sistema no país.

 

A homeopatia é um método terapêutico que trata o ser humano de maneira global – uma especialidade médica que não foca na doença em si, mas, na forma como o indivíduo reage ao meio em que vive.

Para o homeopata, a forma como a pessoa responde ao estresse, ao clima e até aos alimentos é levada em consideração na hora de escolher um medicamento.

Trata-se de um sistema complexo, de caráter holístico, baseado no princípio vitalista e no uso da lei dos semelhantes enunciada por Hipócrates no século IV a.C., segundo a qual os semelhantes se curam pelos semelhantes, isto é, para tratar um indivíduo que está doente é necessário aplicar um medicamento que, quando experimentado em um homem sadio, apresente os mesmos sintomas que o doente apresente. Esse princípio é parecido com o das vacinas.

 

A homeopatia foi desenvolvida por Samuel Hahnemann que, no século XVIII, após estudos e reflexões baseados na observação clínica e em experimentos realizados na época, sistematizou os princípios filosóficos e doutrinários da homeopatia em suas obras Organon da Arte de Curar e Doenças Crônicas.

A partir daí essa racionalidade médica experimentou grande expansão por várias regiões do mundo, estando hoje firmemente implantada em diversos países da Europa, das Américas e da Ásia.

No Brasil, é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 1980 e desde 2006 faz parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde, sendo oferecida gratuitamente em unidades da rede pública.

Sua implementação no Sistema Único de Saúde (SUS) representa uma importante estratégia para a construção de um modelo de atenção centrado na saúde, uma vez que:

– Recoloca o sujeito no centro do paradigma da atenção, compreendendo-o nas dimensões física, psicológica, social e cultural. Na homeopatia o adoecimento é a expressão da ruptura da harmonia dessas diferentes dimensões. Desta forma, essa concepção contribui para o fortalecimento da integralidade da atenção à saúde.

– Fortalece a relação médico-paciente como um dos elementos fundamentais da terapêutica, promovendo a humanização na atenção, estimulando o autocuidado e a autonomia do indivíduo.

– Atua em diversas situações clínicas do adoecimento como, por exemplo, nas doenças crônicas não-transmissíveis, nas doenças respiratórias e alérgicas, nos transtornos psicossomáticos, reduzindo a demanda por intervenções hospitalares e emergenciais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos usuários.

– Contribui para o uso racional de medicamentos, podendo reduzir a fármaco-dependência.

 

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade. Atualmente, o SUS oferece, de forma integral e gratuita, 29 procedimentos de PICS à população.

Essas condutas terapêuticas desempenham um papel abrangente no SUS e podem ser incorporadas em todos os níveis da Rede de Atenção à Saúde, com foco especial na Atenção Primária, onde têm grande potencial de atuação. Uma das ideias centrais dessa abordagem é uma visão ampliada do processo saúde e doença, assim como a promoção do cuidado integral do ser humano, especialmente do autocuidado. As indicações às práticas se baseiam na no indivíduo como um todo, levando em conta seus aspectos físicos, emocionais, mentais e sociais.

A principal característica da homeopatia é a escuta atenta, feita em longas consultas com anamneses bem detalhadas, e um olhar mais abrangente sobre o paciente, em sua integralidade. Outro pilar fundamental é que as medicações usadas nos tratamentos são feitas com extratos provenientes dos reinos animal, mineral e vegetal, sempre muito diluídos.

Essa super diluição faz com que o remédio seja tomado em pequenas doses, com uma frequência maior e por mais tempo que os medicamentos alopáticos – daí a expressão popular “em doses homeopáticas”.

Ao contrário da alopatia, o tratamento homeopático tem como foco o paciente e a história da doença, estimulando o organismo a processar a auto cura, utilizando medicamentos homeopáticos preparados a partir de uma solução de álcool e água (tinturas) e diluídos muitas vezes para diminuir os efeitos colaterais.

 

Importante: As Práticas Integrativas e Complementares não substituem o tratamento tradicional. Elas são um complemento ao tratamento e indicadas por profissionais específicos conforme as necessidades de cada caso.

 

Fontes:

Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Ministério da Saúde
Secretaria de Saúde do Distrito Federal

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