Saúde, raça e clima são temas de boletim informativo apoiado pelo Ministério da Saúde
Em novembro, mês dedicado à consciência negra, o Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC) lançou o “Boletim Saúde, Raça e Clima 2024”. O documento tem como objetivo mobilizar e engajar pessoas e instituições sobre o tema da incidência do racismo ambiental e saúde das populações vulnerabilizadas, além de inspirar políticas públicas mais inclusivas e sustentáveis, que garantam a justiça social e ambiental para todos.
“O boletim está em total sintonia com o trabalho desenvolvido no Ministério da Saúde, dando destaque à urgência de enfrentar o racismo ambiental e promover a equidade em saúde, especialmente em tempos de crises climáticas”, ressalta a Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel.
Analisando dados e políticas públicas, o boletim faz um retrato da população brasileira, demonstrando que as injustiças sociais e ambientais afetam desproporcionalmente grupos étnicos, especialmente a população negra, povos indígenas e comunidades tradicionais. “Os dados do censo de 2022 do IBGE sobre acesso aos serviços públicos, como saneamento básico, confirmam a estrutura de racismo ambiental. Em todo país, a proporção pelo quesito raça/cor, mostrou que existem desigualdades no acesso às redes de serviços de saneamento básico e instalações sanitárias nos domicílios: declararam ter acesso 91,8% das pessoas amarelas, 83,5% das pessoas brancas, 75,0% das pessoas pretas, 68,9% das pessoas pardas e 29,9% das pessoas indígenas”, relata o texto.
Em sua estrutura, o documento apresenta e discute os impactos do racismo ambiental e das mudanças climáticas na saúde da população. Além disso, apresenta importantes experiências territoriais, como do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi em Manaus e o Centro de Integração na Serra da Misericórdia no Rio de Janeiro, como modelos de promoção da saúde e justiça ambiental.
Por parte do Ministério da Saúde, o CBJC destaca ações como a publicação do Guia de Bolso: Mudanças Climáticas para Profissionais de Saúde, o incentivo à criação do Observatório de Clima e Saúde (Fiocruz), o desenvolvimento do Painel Vigiar, a publicação do Boletim Epidemiológica: Saúde da População Negra Volume 1 e Volume 2, além da criação da Assessoria para Equidade Racial em Saúde, vinculada ao gabinete da Ministra Nísia Trindade, e replicadas nas secretarias da pasta.
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