17/10 – Dia Nacional da Vacinação
A principal função das vacinas é gerar imunidade, ou seja, a capacidade de resistir a um agente causador de doença. Desenvolvidas com os mesmos antígenos que causam a doença, porém enfraquecidos ou mortos, as vacinas ensinam e estimulam o sistema imunológico a produzir os anticorpos que levam à imunidade. Portanto, os imunizantes fazem as pessoas desenvolverem imunidade sem ficarem doentes. Daí a importância de celebrar o “Dia Nacional da Vacinação” – uma data que objetiva ressaltar o papel essencial das vacinas no controle de doenças e na prevenção de epidemias.
Há mais de 200 anos os cientistas perceberam a capacidade do organismo de gerar anticorpos ao receber amostras de patógenos como vírus, bactérias e alguns fungos, em estado inofensivo. Assim, as vacinas tiveram grande avanço no decorrer do tempo e uma das maiores evidências de sua eficácia é o poder de erradicar doenças, como a varíola, por exemplo, cujo último registro ocorreu no ano de 1977.
Esse fato demonstra a relevância histórica da imunização na saúde humana, salvando a vida de 3 milhões de pessoas a cada ano, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Muitas doenças comuns no Brasil e no mundo deixaram de ser um problema de saúde pública por causa da vacinação massiva da população. Poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche são só alguns exemplos de doenças comuns no passado e que as novas gerações só conhecem por meio da história.
Mas, mesmo que os agentes transmissores não circulem como antes, essas doenças ainda fazem vítimas em outros lugares do mundo. Com a globalização, as pessoas passam por vários continentes em uma única semana e, se não estiverem vacinadas, podem trazer as doenças para o país de origem e transmitir para as pessoas que não estão imunizadas.
A vacinação se tornou uma ferramenta essencial para reduzir a incidência de muitas doenças infecciosas e a mortalidade a elas associada. Seus benefícios à saúde se traduzem em resultados econômicos positivos para os sistemas de saúde e a sociedade. De fato, o acesso às vacinas deve ser uma estratégia de desenvolvimento econômico para os países. No entanto, são frequentemente subvalorizadas ou subutilizadas por uma variedade de razões.
A baixa cobertura vacinal continua sendo um problema de saúde pública em muitas regiões, incluindo a América Latina. Alcançar uma cobertura vacinal eficaz depende de vários fatores, incluindo aqueles relacionados à qualidade dos serviços de saúde, práticas individuais e comunitárias e tomada de decisões políticas. Embora tenha havido progresso no alcance dos objetivos de cobertura na América Latina, as taxas ainda estão abaixo dos níveis definidos pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com disparidades socioeconômicas significativas, que variam amplamente entre e dentro dos países.
Além dessas questões, enfrenta-se, ainda, a recusa à vacinação – um desafio global que ameaça a aceitação das vacinas e os objetivos dos programas de imunização.
Atualmente, as Américas enfrentam um grande risco de ressurgimento de doenças já controladas ou eliminadas. É necessário adotar novas estratégias para conscientizar os cidadãos, aliadas a uma forte mobilização da população a fim de impedir que os grupos antivacina fortaleçam sua presença na região e coloquem em risco a credibilidade do Programa Nacional de Imunizações (PNI), bem como alertar sobre os riscos decorrentes da queda das taxas de vacinação, sobretudo em crianças.
O Ministério da Saúde estabelece metas de vacinação, calculadas pela transmissibilidade da doença e a eficiência da vacina, entre outros fatores. Se essa quantidade for atingida, as pessoas estarão protegidas contra as enfermidades imunopreveníveis.
Atualmente, 48 imunobiológicos (vacinas, imunobiológicos especiais, soros e imunoglobulinas) são distribuídos por ano pelo PNI, sendo 20 vacinas disponibilizadas nas mais de 38 mil salas de vacinação das Unidades Básicas de Saúde do Sistema Único de Saúde, com recomendações e orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e indígenas, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. As vacinas disponíveis são as seguintes:
- BCG;
- Hepatite B;
- Penta;
- Pólio inativada;
- Pólio oral;
- Rotavírus;
- Pneumo 10;
- Meningo C;
- Febre amarela;
- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola);
- Tetra viral (sarampo, caxumba e rubéola e varicela);
- DTP;
- Hepatite A;
- Varicela;
- Difteria e tétano adulto (dT);
- Meningocócica ACWY;
- HPV quadrivalente;
- dTpa;
- Influenza (ofertada durante Campanha anual);
- Pneumocócica 23-valente (Pneumo 23).
Segurança das vacinas
Eventuais reações, como febre e dor local, podem ocorrer após a aplicação de uma vacina, mas os benefícios da imunização são muito maiores que os riscos dessas reações temporárias. É importante ressaltar que toda vacina licenciada para uso passou antes por diversas fases de avaliação, desde os processos iniciais de desenvolvimento até a produção e a fase final que é a aplicação, garantindo assim sua segurança. Além disso, elas são avaliadas e aprovadas por institutos reguladores rígidos e independentes.
No Brasil, essa função cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. E o acompanhamento de eventos adversos continua acontecendo depois que a vacina é licenciada, o que permite a continuidade de monitoramento da segurança do produto.
A mensagem que permanece, nesse Dia Nacional da Vacinação, é a de que vacinar-se, além de ser um ato de cidadania, faz com que doenças imunopreveníveis deixem de ser um problema de saúde pública, o que não se resume a evitar doenças, mas, sim, a salvar vidas!
Fontes:
– Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
– Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS)
– DOMINGUES, C. M. A. S. et al. Strategies for expanding childhood vaccination in the Americas following the COVID-19 pandemic. Revista Panamericana de Salud Pública, Washington, v. 48,:e29, 2024
– Governo do Estado do Ceará
– Hospital Infantil Sabará
– Ministério da Saúde