“Obrigado, doador” : 21/9 – Dia Mundial do Doador de Medula Óssea
O Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, celebrado no 3º sábado do mês de setembro, é uma campanha anual promovida desde 2014 pela World Marrow Donor Association (WMDA), a maior organização dedicada ao cuidado de doadores e ao fornecimento de informações que facilitem o processo de busca.
Em 2024 a data será celebrada no dia 21, em mais de 50 países em todos os continentes, alcançando centenas de milhares de pessoas por meio da cobertura da mídia social e convencional.
São realizados eventos em todo o mundo para agradecer aos doadores. É também uma oportunidade para conscientizar o público em geral e os tomadores de decisão sobre a importância do registro como doador e o impacto do transplante na vida dos pacientes que aguardam para realizar o procedimento como forma de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas.
A WMDA acredita que todos os pacientes merecem uma chance de realizar um transplante de medula óssea. Mais de 8% das buscas globais resultam em zero correspondências no banco de dados global de mais de 41 milhões de doadores. A meta é reduzir esse número! Todos podem ajudar compartilhando sua experiência como doador e ou receptor ou, ainda, inscrevendo-se como um potencial salva-vidas!
A doação de medula óssea pode ser aparentada ou não aparentada. No primeiro caso, o doador é uma pessoa da própria família, em geral um irmão ou um dos pais. Há cerca de 25% de chances de encontrar um doador compatível na família. Havendo um irmão totalmente compatível (100%) este será a primeira escolha para ser um doador. Caso contrário, inicia-se a busca de alternativas para a realização do transplante.
O transplante de medula óssea é um tratamento indicado para doenças relacionadas com a fabricação de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico. O procedimento é rápido, como uma transfusão de sangue, e dura em média duas horas. Ele consiste na substituição de uma medula óssea doente por células normais da medula óssea, com o objetivo de reconstituir uma nova medula saudável.
O paciente, depois de se submeter a um tratamento que destruirá a sua própria medula, receberá as células sadias do doador. Estas células, após serem coletadas, são acondicionadas em uma bolsa de criopreservação de medula óssea, congeladas e transportadas em condições especiais (maleta térmica controlada com termômetro, em temperatura entre 4 Cº e 20 Cº) até o local onde acontecerá o transplante.
As células infundidas no paciente também podem ser da sua própria medula, retiradas antes do tratamento e congeladas para uso posterior (no caso do transplante autólogo), ou de sangue de cordão umbilical (em caso de doação aparentada ou utilização de uma unidade de células dos Bancos Públicos de Sangue de Cordão).
Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por isso, permanece internado no hospital, em regime de isolamento.
Os principais beneficiados com o transplante são pessoas com leucemias originárias das células da medula óssea, linfomas, doenças do sistema imune em geral, dos gânglios e do baço, e anemias graves (adquiridas ou congênitas). Outras doenças, não tão frequentes, também podem ser tratadas com transplante de medula, como as mielodisplasias, doenças do metabolismo, doenças autoimunes e vários tipos de tumores.
É na medula óssea que se localizam as células-tronco hematopoiéticas, responsáveis pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). Essas são as células substituídas no transplante de medula.
As células-tronco hematopoiéticas também circulam no sangue periférico (caso estimuladas com medicamento fator de crescimento), podendo ser coletadas por aférese, e no sangue do cordão umbilical, quando são coletadas após o nascimento do bebê. Por isso, o termo “transplante de medula óssea” tem sido substituído por “transplante de células-tronco hematopoiéticas” para estes procedimentos.
Como é feita a doação:
A doação de medula óssea pode ser feita de duas formas, por punção ou aférese. A decisão sobre o método a ser usado cabe aos médicos assistentes.
Punção: Procedimento realizado sob anestesia em que a medula óssea é retirada do interior do osso da bacia, por meio de punções. Requer internação de 24h, podendo ocorrer dor no local da punção, nos primeiros dias, que pode ser amenizada com uso de analgésicos. O tempo de recuperação ocorre em torno de 15 dias.
Aférese: Método em que o doador faz uso de uma medicação por cinco dias, com o objetivo de aumentar a produção de células-tronco circulantes no seu sangue. Durante o uso desta substancia, pode ocorrer dor óssea e musculares, além de cefaleia. Após esse período, a doação é realizada por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue através de duas veias do doador, uma em cada braço, ou de uma veia profunda, separa as células-tronco e devolve os componentes do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação e anestesia. Poderão ocorrer náuseas, dormências, sensação de frio e hematoma no local do acesso.
Como tornar-se doador:
Para ser um doador voluntário de medula óssea, é preciso ir ao Hemocentro mais próximo, realizar um cadastro no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) e coletar uma amostra de sangue (10 ml) para exame de tipagem HLA. Veja a lista de Hemocentros!
É necessário:
– Ter entre 18 e 35 anos de idade (o doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade).
– Apresentar documento de identificação oficial com foto.
– Estar em bom estado geral de saúde.
– Não ter nenhuma doença impeditiva para o cadastro e a doação de medula óssea. Veja a lista!
Para quem já é doador cadastrado no Redome é importante manter os dados cadastrais atualizados. A atualização pode ser feita via aplicativo ou clicando aqui!
De acordo com dados de julho de 2024, o número de doadores cadastrados no REDOME é de 5.784.307 e o número de pacientes em busca de doador não aparentado (média) é de 650.
Fontes:
Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME)
World Marrow Donor Association (WMDA)