Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório – revisão e atualização 2023


 

A hipertensão arterial (HA) é um dos principais fatores de risco modificáveis para morbidade e mortalidade em todo o mundo, sendo um dos maiores fatores de risco para doença arterial coronária, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. Além disso, é altamente prevalente e atinge mais de um terço da população mundial. A medida da PA é procedimento OBRIGATÓRIO em qualquer atendimento médico ou realizado por diferentes profissionais de saúde. Contudo, ainda é comumente realizada sem os cuidados técnicos necessários. Como o diagnóstico se baseia na medida da PA, fica claro o cuidado que deve haver com as técnicas, os métodos e os equipamentos utilizados na sua realização.

Estas diretrizes, revisando e atualizando as anteriores de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA), introduzem uma série de modificações relevantes, destacando aspectos fundamentais na avaliação da medida e monitorização da Pressão Arterial (PA) tanto no ambiente de consultório quanto fora dele, incluindo MAPA, MRPA, Automedida da Pressão Arterial (AMPA) e Avaliação da Pressão Arterial Central.

Algumas das principais alterações incluem:

  1. A atualização da 6ª Diretriz Brasileira de MAPA e 4ª Diretriz Brasileira de MRPA, publicada em 2018, passou a ser denominadas “Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório”. Essa nova nomenclatura reflete a abrangência e atualidade das diretrizes, destacando seu impacto na prática clínica.
  2. Ênfase na precisão e qualidade das medidas de PA em consultório.
  3. Novas orientações sobre a medida da PA desacompanhada no consultório.
  4. Avaliação rigorosa da hipotensão postural.
  5. Uso expandido das medidas de PA em farmácias e espaços públicos para rastreio da hipertensão.
  6. Atualização das indicações clínicas para medidas de PA, tanto em consultório como fora dele.
  7. Reconhecimento da importância das medidas de PA durante o exercício físico.
  8. Certificação e validação necessárias para monitores (Consultar www.stridebp.org e INMETRO).
  9. Valores atualizados dos critérios de normalidade da PA na MRPA.
  10. Novos comportamentos identificados em indivíduos sob tratamento medicamentoso.
  11. Fluxograma revisado para avaliação e conduta em hipertensão mascarada e do avental branco.
  12. Atualização das indicações, limitações, vantagens e desvantagens da MAPA e MRPA.
  13. Nova classificação de valores de normalidade da PA obtida pela MAPA em crianças e adolescentes.
  14. Atualização do protocolo para realização de MRPA.
  15. Atualização dos valores referentes aos efeitos do avental branco e mascaramento pela MRPA.
  16. Novo protocolo de MRPA para pacientes em hemodiálise.
  17. Introdução de um Capítulo sobre Pressão Arterial Central (PAC), Velocidade de Onda de Pulso (VOP) e Augmentation Index (AIx), o qual inclui possíveis indicações, definição de protocolos específicos e valores de referência para as medidas de VOP, PAC e Aix.

Essas modificações reforçam o compromisso com a precisão diagnóstica e aprimoramento do cuidado relacionado à pressão arterial, promovendo práticas clínicas embasadas e alinhadas com os mais recentes avanços na área.

 

Fonte:

FEITOSA, A. D. M., et al. Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório – 2023. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 121, n. 4, e20240113, 2024.

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